Ciência e Religião. Precisa mesmo ser uma OU outra?

Nesta conversa sobre ciência e religião vamos falar sobre a importância das duas e também sobre as questões que colocam em lados oposto o grupo dos que “só acreditam vendo”, com comprovação científica, provas, A + B bem explicadinho; e o dos que acreditam no que conseguem enxergar com os olhos da fé. Vamos mostrar que é possível entender e acolher uma das duas vertentes, sem necessariamente menosprezar a outra.

É chegado o momento de conciliar ciência e religião, integrando o que cada uma possui de melhor.

Galileu Galilei tentou conciliar Ciência e Religião

Esse “cabo de guerra” entre defensores de Ciência e Religião não é de agora. E já fez muita gente conhecida passar por maus bocados.

Galileu Galilei, pai da ciência moderna, é um exemplo. Ele era um italiano cheio de inteligência e perspicácia. Cientista, físico, astrônomo, escreveu um monte de livros que ajudaram a aprimorar estudos na área da matemática e da astronomia, por exemplo. É dele a descoberta da lei da queda dos corpos, que diz que dois corpos de massas diferentes sofrem a mesma influência da gravidade e chegam ao solo ao mesmo tempo se não houver resistência do ar.

Ele era um defensor da ciência e também extremamente religioso. Galileu Galilei estudou em um mosteiro jesuíta e chegou a dizer para a família que gostaria de ser jesuíta também, mas o pai não permitiu.

Apesar de tão religioso, o cientista chegou a ser condenado por heresia pela Igreja Católica, em 1633. É que Galilei provou que a terra gira em torno do sol (comprovando a teoria de Nicolau Copérnico) e contrariou o que a Igreja Católica apoiava na época (o sol e os outros planetas girariam ao redor da Terra). Apenas em 1992, Ciência e Religião fizeram as pazes neste caso e as teorias de Galileu Galilei foram reconhecidas pelo Papa João Paulo II.

Ciência e Religião. Você sabe a origem do antagonismo?

Ciência e Religião: Origem do Antagonismo

O antagonismo da ciência e religião e o consequente separatismo, foi um recurso necessário, utilizado pelos cientistas para conseguirem realizar seus estudos.

Como vivemos por muitos séculos dominados pela ignorância e ortodoxia das religiões, os cientistas para não serem perseguidos, tiveram que separar a ciência da religião, ou seja, tudo o que era relacionado ao sagrado, ao divino, pertencia à Igreja; e os fenômenos da natureza seriam analisados pura e friamente, separando assim, a matéria do espírito, o céu da terra e a razão da fé.

Para se ter uma idéia, a dissecação dos corpos para estudos científicos, só foi possível a partir do século 16, por que a igreja considerava “impossível dissecar o corpo, sem profonar a sua alma”.

Mas hoje já não vivemos mais assim, hoje a maioria das nações possuem leis que garatem a liberdade de expressão, e é chegado o momento, de voltarmos de integrar os dois lados da mesma moeda.

Ciência e Religião não precisam ser vistas como opostas

 É comprovado cientificamente que a fé tem grande influência no bem-estar físico e mental. Quem tem em quem ou no que acreditar, vive mais feliz, por mais tempo e superando obstáculos com mais resiliência e facilidade.

Quando você acredita que é filho de Deus, para exemplificar, que também é uma partícula divina, obra prima da criação, passa a enxergar o corpo como um templo do Espírito. Você sabe que é capaz de mudar a realidade.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já pontuou como a fé acaba por influenciar na saúde mental, física e biológica.  E o poder da oração e da autossugestão é apontado em muitas pesquisas como responsável pelo fortalecimento da imunidade e também como capaz de acelerar processos de melhoria e cura. O ato de orar ativa áreas específicas do cérebro – e isso já foi comprovado cientificamente por meio de ressonâncias magnéticas.

É fundamental que a pessoa se fortaleça em algo que a coloque em posição superior para lutar pela vida. E a fé cumpre este papel.

A fé cura

O pneumologista Blancard Torres, autor do livro ‘Doença, fé e esperança’, acredita que o paciente que tem fé traz a certeza da recuperação e isso acaba refletindo no aumento da imunidade e na resposta mais positiva ao tratamento:

“Quando a ciência e a religião andam juntas, o combate aos males torna-se viável, a evolução do tratamento é completamente diferente do padrão observado em quem não têm espiritualidade, não acredita em bons resultados. E isso não importa a crença, o fundamental é que a pessoa se fortaleça em algo que a coloque em posição superior para lutar pela vida”.

De acordo com o especialista, titular do departamento de medicina da Universidade Federal de Pernambuco, a fé e o positivismo dos médicos também contribuem para fortalecer o paciente.

Ciência e Religião na criação do mundo

O universo é resultado de uma grande explosão? Ou céu e terra, com tudo o que há neles, foram criados em seis dias por Deus?

Se pegarmos apenas as duas teorias mais conhecidas que tentam explicar a criação do mundo, teremos material de sobra para conversar sobre essa questão, digamos, meio conflitante, que contrapõe Ciência e Religião.

Apenas 0,001% é matéria, o restante é composto de vazio, também chamado de matéria escura.

Para a ciência, o Big Bang deu início ao mundo, há aproximadamente quinze bilhões de anos. Cientistas conseguiram provar que o universo ainda está em expansão desde então. Os pesquisadores conseguiram mostrar também que as leis da física quântica conseguem explicar boa parte dos acontecimentos, inclusive a aparição de todo o universo.

Para a maioria das religiões, o início do universo é resultado da ação planejada por alguém ou algo divino. Por enquanto, está na fé também a resposta para uma pergunta que ainda inquieta os estudiosos do cosmos:

Como explicar a existência das leis que explicam tudo?

E como não ser surpreendido por tamanha perfeição encontrada em elementos da natureza, na matemática, na existência de sistemas planetários em que tudo flui de maneira simultânea, ao mesmo tempo tão simples e tão complexa? De que maneira explicar que a proporção observada nas sementes de um girassol, no sistema de reprodução dos coelhos, nas conchas de um caramujo, entre tantos outros exemplos, seja igual?

Como explicar qual é o sentido da vida?

A proporção áurea ou sequência de Fibonacci, é um padrão geométrico encontrado em toda a natureza.

Ciência confirma fatos bíblicos

Você sabia que há evidências científicas de que alguns fatos narrados na Bíblia podem realmente ter acontecido?

Em 2010, por exemplo, escavações encontraram parte de uma grande muralha, com 70 metros de comprimento e seis metros de altura. Seria a parede do Rei Salomão, mencionada no Antigo Testamento.

E até a Arca de Noé encontra respaldo na Ciência. Pesquisadores mostraram que a arca poderia ter existido e flutuado, carregando um casal de cada espécie animal. Relatos de uma grande inundação foram encontrados em diferentes contextos e regiões, mas sempre na mesma época.

O físico Marcelo Gleiser, estudioso da relação entre Ciência e Religião, acredita que a ciência tem um poderoso componente espiritual:

“A ciência é um flerte com o mistério. E isso tem um componente espiritual muito profundo, pois é como nos relacionamos com algo muito maior do que nós somos. (…) A palavra religião vem de ‘religare’, do latim, e significa se reconectar. Para mim, é uma reconexão com o mundo e a natureza. Onde você quer encontrar Deus é um problema seu. Mas o fato é que somos criaturas feitas de partes de estrelas que morreram há bilhões de anos e mesmo assim questionam a própria existência. ‘Quem somos, para onde vamos…’. Isso mostra que não é possível olhar o ser humano apenas através de uma lente científica, mas de forma plural. Como um ser que filosofa, faz arte e que tem algum tipo de fé”.

“A ciência é um flerte com o mistério”.

Ciência e Religião – Por que Perpetuar o Antagonismo?

Ninguém ganha quando defensores da fé tentam atacar a Ciência. Grandes equívocos foram cometidos em nome da fé, como já mencionamos no caso de Galileu Galilei, sem falar em teorias da conspiração e fake news – facilmente derrubadas por fatos já comprovados pela ciência.

Ninguém ganha quando defensores da Ciência tentam atacar a fé. Ainda há muitas coisas que não são explicadas pelos cientistas. E há também a possibilidade de erro, já que a ciência está em constante evolução.

“Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face.” – Kardec

Vivemos uma nova era em que o avanço da ciência, em particular da física quântica, que já comprova ensinamentos de diversos textos sagrados de todas as correntes religiosas. É chegado o momento da união, da integração de ambas correntes de pensamento.

É chegado o momento da união, da integração entre ciência e religião.

A história de São Tomé

Para encerrar essa nossa conversa sobre Ciência e Religião, vamos relembrar a história de São Tomé.

De acordo com a bíblia, Tomé era um dos doze apóstolos de Jesus. Quando os companheiros afirmaram ter visto Jesus de Nazaré ressuscitado, Tomé duvidou, quis “ver para crer”. Chegou a dizer que só acreditaria na ressureição de Jesus se pudesse tocar as chagas da crucificação.

A passagem de Tomé incrédulo aconteceu alguns dias após a Páscoa. Quando Cristo apareceu para os discípulos, Tomé tocou as mãos chagadas de Jesus e fez uma profissão de fé:

“Meu Senhor e meu Deus”. (Jo 20,28)

Em outras passagens bíblicas, ele também expõe dúvidas e fraquezas. É graças à uma delas, que Jesus faz uma de suas revelações mais importantes:

“Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Ao que Jesus respondeu: Eu sou o Caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14,5-6)

Os questionamentos de Tomé representam a dúvida existente em todos nós. É preciso deixar claro que, de acordo com o Evangelho, eles não impediram que o apóstolo saísse para pregar o evangelho pelo mundo.

Por que falarmos de Tomé?

A escolha de uma história bíblica para falar sobre ciência e religião não foi aleatória. Algumas pessoas que estão lendo este texto, podem até duvidar da existência de São Tomé, tal qual está descrita na bíblia. Outras talvez só a concebam depois de saber que a cripta com o corpo do santo, um pouco de sangue coagulado e um pedaço da lança que o teria ferido de morte, estão na Índia. E há ainda o grupo que só vai ter certeza após exames que confirmem de quem são as relíquias que estão lá.

O tempo da “fé cega” já passou. É necessário viver a “fé raciocinada”, questionar e até mesmo duvidar, como Tomé fez.

Uma das lições deixadas pela história de São Tomé é a de que é possível estabelecer um equilíbrio. É possível ter dúvidas e questionar, pois o tempo da “fé cega” já passou. As correntes mais modernas de todas as religiões já afirmam que é necessário desenvolvermos a “fé raciocinada”. Perguntas sem respostas podem trazer inquietação e é por isso que muitas vezes precisamos acreditar em algo.

A busca pela verdade passa por tantos caminhos! E cada um de nós pode viver essa busca de maneira única, respeitando seus limites, suas crenças, de coração, mente e espírito abertos, e para isso, o autoconhecimento é fundamental.

“Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.

Ciência e Religião. Como Cura Essencial pode me ajudar?

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